Cerca de 200 catadores do lixão de Itaoca, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, realizaram uma manifestação, nesta quinta-feira (23), no Centro do Rio. O grupo seguiu em passeata desde a Ponte Rio Niterói até a escadaria da Assembléia Legislativa do Estado (Alerj). Empunhando faixas e cartazes os manifestantes promoveram também um apitaço para chamar a atenção das autoridades.
Eles alegam que, com o fechamento do aterro sanitário, em fevereiro deste ano, as atividades foram encerradas sem o recebimento da ajuda de custo que as autoridades prometeram. O grupo pede o mesmo tratamento dado aos catadores de Gramacho, na Baixada Fluminense, além da abertura de uma negociação com o governo do Estado e a Prefeitura de São Gonçalo.
Segundo o Centro de Operações, os manifestantes chegaram a ocupar as quatro faixas da Rua Primeiro de Março, interditando o tráfego na via. Agentes da Cet-Rio foram acionados para reorganizar o trânsito no local.
Aterro de Gramacho
As atividades do Aterro Metropolitano de Gramacho, inaugurado há 34 anos, foram encerradas no dia 3 de junho. O local recebia o lixo das cidades do Rio e de Duque de Caxias.
As atividades do Aterro Metropolitano de Gramacho, inaugurado há 34 anos, foram encerradas no dia 3 de junho. O local recebia o lixo das cidades do Rio e de Duque de Caxias.
Segundo a Prefeitura, no local passará a funcionar uma Usina de Biogás, que transformará o metano proveniente da decomposição do lixo em gás verde, que será vendido para a Reduc. O material será utilizado como substituto do gás natural para fins energéticos.
Ao todo, os catadores receberam uma indenização de R$ 14 mil. O pagamento seria feito ao longo de 14 anos, mas a Prefeitura resolveu fazer o desembolso do valor total.
Com o encerramento do lixão de Gramacho, o lixo da cidade passou a ser levado para Central de Tratamento de Resíduos (CTR Rio), em Seropédica, o mais moderno da América Latina. Já o lixo de outros municípios, é levado para a central de Nova Iguaçu. Ainda há a previsão da inauguração de um novo aterro em Paracambi, também na Baixada Fluminense.
A decisão de fechar o lixão de Gramacho veio porque além de ser localizado num ecossistema sensível, numa região de mangue e de vazante de dois rios, o local apresenta rachaduras por conta da falta de preparo para receber uma quantidade tão grande de resíduos, com risco de vazamento do chorume na Baía.