quarta-feira, 27 de junho de 2012

GOVERNO FIRMA CONVÊNIOS E ENTREGA CAMINHÕES AS COOPERATIVAS DE CATADORES.


O governo federal, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, Petrobras e o Incra, assinou convênios e entregou 22 caminhões para cooperativas de catadores de materiais recicláveis, na manhã desta sexta-feira (22), na Arena Socioambiental da Rio+20, na Cúpula dos Povos. Ao todo, serão entregues 140 caminhões em todo o país. “Nesse momento, estamos repassando 22 chaves às cooperativas, que vão contribuir para o importantíssimo trabalho social, econômico e sustentável que desenvolvem”, disse o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit.
No palco Encontros Globais, Sebastião Santos, o Tião, presidente da cooperativa dos catadores do Jardim Gramacho e um dos líderes do Movimento dos Catadores de Materiais Recicláveis, assinou também convênio com o Incra para receber um terreno de 41 mil metros quadrados onde serão realocadas as famílias que viviam próximo ao lixão de Gramacho, recentemente fechado.
Representando os catadores brasileiros, Tião recebeu a chave de um dos caminhões e firmou convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para qualificação profissional dos trabalhadores. “O fato de o lixão de Gramacho ter sido fechado não representa o fim das nossas lutas e a exclusão daqueles que historicamente já eram excluídos nos últimos 35 anos. Como um dos líderes do movimento, afirmo para todos vocês que meu propósito é construir, junto com todos, e lutar cada vez mais por melhores condições para nós, catadores de materiais recicláveis”, disse.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, assinalou que a cerimônia representa um marco na história do país. “É a concretização do velho sonho de apoiar fortemente os movimentos dos catadores no Brasil.” O ministro destacou que o relacionamento e a cobrança dos movimentos sociais estão fazendo a política governamental cumprir cada vez mais o papel que deve. “A máquina pública está sendo colocada, cada dia mais, a serviço do povo, e isso só acontece porque vocês se organizam e lutam pelos seus direitos”, disse.
Para o economista e professor Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária, o trabalho dos catadores precisa ser continuamente valorizado e receber investimentos do governo. “Reciclar é preservar a natureza. Do ponto de vista social, o papel deles é crucial. Organizando-se em cooperativas, eles definem o próprio caminho e ganham força para cobrar do governo.”
O ex-ministro Carlos Minc, secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, destacou que governos e sociedade precisam modificar o discurso que separa o dinheiro da natureza. “Sem o meio ambiente não há economia. De que adianta lucrar bilhões e não ter um planeta onde investir esse dinheiro? É preciso parar com a esquizofrenia que separa investimento econômico de desenvolvimento sustentável consciente, preservando o meio ambiente.”
Raphael Rocha

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Tião encanta público com discurso sobre educação para a sustentabilidade


RIO - Presidente da Associação de Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho - ACAMJG, Tião dos Santos encantou, nesta quinta-feira, o público de 500 educadores durante o seminário A Voz do Professor, no Forte de Copacabana, no evento Humanidade 2012. Falando com desenvoltura sobre reciclagem no Brasil, o catador ressaltou a importância da educação para a promoção do desenvolvimento sustentável e lembrou que sua vida começou a mudar depois que participou de um curso sobre jovens lideranças de comunidades. Na ocasião, Tião contou que, ao final do curso, comentou com o professor que estava indignado e que era mais feliz antes, quando não tinha noções de cidadania nem conhecimento sobre a Constituição Brasileira. Em resposta, o professor disse que a indignação dele deveria servir para mudar a realidade.
- Aquilo me feriu, e fiquei pensando que era isso que eu devia fazer. Não adiantava pensar que onde tinha corpo, urubu e lixo estava tudo certo. Não bastava eu me indignar, eu tinha que mudar a minha realidade. E este é o grande desafio da sustentabilidade. Não basta colocar o problema na mesa e arrumar um culpado. É preciso mudar e mudar agora.
Tião ganhou fama ao participar do premiado documentário Lixo Extraordinário. No evento, parecia astro, e tirou foto com participantes. Durante a palestra, entretando, discursou como especialista. Citou uma série de dados sobre o lixo no país tentando sensibilizar o público sobre a importância da reciclagem: "o Brasil produz por dia cerca de 240 mil toneladas de lixo"; " em nosso país, 95% de todo o lixo produzido tem como o destino lixões a céu aberto, só 5% tem como destino aterro sanitário"; "2% tem destino a reciclagem, apesar de cerca de 40% do total do lixo é matéria-prima potencialmente reciclável"; "o Brasil literalmente joga no lixo R$ 8 bilhões anualmente".
Ainda no seminário, Tião defendeu a mudanças de hábitos da população:


- Não se pode vender sustentabilidade, ela é uma mudança de atitude, uma responsabilidade de cada um de nós. É a preservação da vida humana, que também inclui a preservação do bem comum e da natureza do ser humano.

Flávia Milhorance - O Globo



quinta-feira, 14 de junho de 2012

“Missão da Rio+20 é conscientizar a população”, afirma Tião Santos, protagonista do filme Lixo Extraordinário


Tião Santos, catador de material reciclado, que ficou famoso com o documentário “Lixo extraordinário”, está hoje na Rio+20 para participar do debate “A Voz do Professor”, no Forte de Copacabana.  Para Tião, a importância da Rio+20 é a conscientização da população. “Não adianta as decisões serem tomadas no Riocentro se a população não se conscientizar da sua relação com o meio ambiente”, declara.
Tião Santos, que é presidente da Associação de catadores e material reciclado de Jardim Gramacho, contou que ficou impressionado com as exposições e de como os materiais reciclados foram utilizados nos espaços do Forte de Copacabana.
Lixo Extraordinário mostra o  trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro.
qui, 14/06/12
por juliana briggs |